sexta-feira, 6 de julho de 2012

FALAR EM LÍNGUAS ESTRANHAS

"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia que falassem"

Atos 2:4


Muito se discute no meio evangélico e não evangélico, sobre o Dom de Línguas. Uns defendem este Dom, dizendo ter total respaldo bíblico de sua existência; outros no entanto, acreditam que ele não existe, defendendo suas ideias também em textos bíblicos.

     Vamos, como já é de costume, saber um pouco mais sobre as definições existentes deste assunto e depois iremos colocar alguns textos bíblicos para refletirmos.




Falar em línguas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


     Falar em línguas ou Dom de línguas é um fenômeno religioso cristão, que deriva da narrativa contida no livro de Atos dos Apóstolos do Novo Testamento, onde, sob inspiração do Espírito Santo, os primeiros seguidores de Jesus teriam falado em Jerusalém e os estrangeiros ali presentes entenderam as preleções, cada qual em seu idioma, conforme grifado abaixo:

E CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia que falassem.
E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
Partos e medas, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, Ponto e Ásia,
E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?

     Ainda segundo o relato bíblico, os forasteiros primeiramente teriam zombado dos apóstolos, dizendo que estes estavam "cheios de mosto", isto é, bêbados. O Apóstolo Pedro então, levantando-se, procedeu a uma fala, ao final da qual quase três mil pessoas haviam se convertido.


Línguas de anjos

     Na inauguração do pentecostes, esteva reunida na igreja de Jerusalém cerca de cento e vinte cristãos, todos perseveravam unanimes na oração, na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir do pão. No dia de pentecostes, Deus fez com que inúmeras pessoas ao redor do mundo ouvissem aquele som de línguas estranhas que procedia de Jerusalém, pessoas de todas as partes viajaram à Jerusalém para ouvir o evangelho. Estando pois reunidos homens de todas as nações debaixo do céu naquele lugar, cada um dos estrangeiros ouviram em perplexidade a dispensação do evangelho, esse marco cristão caracterizava a dispensação do evangelho à todo o mundo. Em Jerusalém, ao descer sobre os cristãos o Espírito Santo, estes, cheios do mesmo Espírito passaram a falar a língua dos anjos, assim como o apóstolo Paulo bem define: (Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. I Coríntios 14:2). Embora realmente estivessem falando em línguas incompreensíveis em relação aos interlocutores, o que ocorreu no pentecostes foi que através do poder de     Deus era concedido a cada um dos ouvintes o dom de interpretação de línguas, isso caracterizava as próprias virtudes do derramamento do Espirito concedia aos ouvintes, além das conversões, o recebimento da plenitude do Espírito marcou o recebimento de poder, bem como o Carisma, ou dons, assim, a mensagem de Deus era claramente entendida por todos em sua própria língua materna, em outras palavras, eles falaram uma só língua que foi entendida em várias línguas diferentes. O texto de Atos 2 não fica claro que as cento e vinte pessoas falavam individualmente um idioma humano ou Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]), mas a cada um dos ouvintes era dado entender a mensagem, cada um portanto, ouvia falar em sua própria língua. Um dos maiores milagres do pentecostes foi que o próprio derramamento do espírito concedeu o dom de Interpretação a todos os ouvintes que se arrependeram, ou seja: Enquanto pregavam e falavam na língua dos anjos, Deus naquele momento concedia pelo próprio Espírito o dom de Interpretação à todos os estrangeiros que os ouviam, esse foi um dos milagres:O derramamento do Espírito e suas virtudes, isso fica bem definido, porque outros que não receberam o Espírito sombavam, julgavam estar aquele povo embreagado, o motivo para tal é que este último grupo não possuía a virtude de interpretação de línguas pelo Espírito Santo, assim eles não entendiam a interpretação da língua dos anjos falada, esse foi o motivo pelo qual começavam a zombar. A ideia de estar embreagado é a de alguém que não tem alto-controle, tanto das emoções, quanto na lógica, ou que diz palavras sem nenhum léxico entre si, como é o caso da esquizofrenia e da afasia sensorial, quando "o indivíduo parece estar falando uma outra língua; ele produz sons ininteligíveis, porém mantém os aspectos prosódicos da fala normal". Havia judeus incrédulos presentes no evento do pentecostes, os Judeus costumavam pedir sinal dos céus para que cressem, visto serem tamanhamente incrédulos, esses judeus seriam melhor convencidos ao ouvirem pessoas falando línguas de anjos sem que eles pudessem entender, enquanto que outras pessoas conseguiam entender a mensagem, mesmo sendo língua de anjos, assim seria muito mais convincente para que o Judeus cressem. Se os Judeus estivessem ouvindo idiomas humanos, então poderiam achar que aquele falar em línguas seria algo aprendido ou estudado.

E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: Sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor. (Joel 2:28-31)

     Segundo a lista de códigos de países da ISO 3166-1, o número de países do mundo é de (246), entretanto, em Jerusalém havia apenas um grupo de aproximadamente (120) pessoas evangelizando pessoas de todos os países simultaneamente, nota-se portanto que o numero de pregadores em Jerusalém seria clara e logicamente insuficiente para atender uma demanda bem superior ao seu próprio número; se tratando da receptividade e clareza da mensagem, haveria grandes dificuldade na compreensão da oratória dirigida por um grupo de apenas 120 em comparação a quantidade de países geograficamente existente.

     Resumindo, a idéia clara é que o dom de línguas em Atos 2 era realmente línguas de anjos, mas Deus concedia a sua interpretação a cada um que os ouvia, para os que recebiam o dom do Espírito Santo a mensagem era clara na prática, mas era obscura para os que estavam externos ou recusavam o recebimento do Espírito.

Doutrina cristã tradicional

     Segundo a doutrina cristã tradicional, antes do advento das seitas autodenominadas pentecostais e neo-pentecostais, o fenômeno de falar em línguas foi restrito ao fato de Pentecostes.

     Segundo esse entendimento, o fenômeno de línguas narrado em Pentecostes não é o mesmo narrado em São Paulo, na primeira carta aos coríntios - sendo esse decorrente do paganismo que ainda se praticava naquela cidade da Grécia Antiga.


Interpretações para o Dom de línguas

     Apesar da descrição bíblica ser clara, algumas denominações religiosas confundem o chamado dom de línguas com a Glossolalia, ou mesmo com a xenoglossia. Assim, tem-se a glossolalia como a tradução para o dom de línguas em denominações como a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã, ambas de origem estadunidense e pentecostais, aspecto que enfatizam em sua teologia.

     Já a xenoglossia, segundo estudos antropológicos feitos no Brasil, são mais raros, pois consistem em falar-se uma língua, viva ou morta, existente; O sociólogo Pedro A. Ribeiro de Oliveira, por exemplo, consignou em sua pesquisa a existência de apenas um caso de xenoglossia (ou xenolalia), entre os grupos evangélicos pesquisados, apontando que a grande maioria dizia falar em "..glossolalia, isto é, um conjunto de sons pronunciados de modo ritmico, sem significação aparente."

Dom de línguas na modernidade

     Existem, nas modernas acepções para o "falar em línguas", três formas de manifestação nos cultos religiosos: o falar, o orar e, finalmente, o cantar em "línguas". Quanto à condição consciencial do momento diz-se que podem ser extáticos e não-extáticos, em suas variantes o orador mantendo quase sempre a consciência do quanto lhe ocorre ao redor, como em situações registradas em cultos afros e da Renovação Carismática Católica.

     Oliveira Júnior, estudioso da PUC, refere-se à glossolalia como a "língua dos anjos" e que, portanto, não precisa de significado outro, senão aquele contextual no qual está inserido, chamando-a, entretanto, de "glossolalia religiosa". Segundo este autor o embasamento para o dom de línguas pelas denominações cristãs modernas afastam-se do conceito dos Atos dos Apóstolos, e fiam-se nas epístolas de Paulo de Tarso, notadamente com expressões que considera ligadas aos fatos narrados em Atos, tais como: "língua dos anjos" (1 Coríntios, 13,1), "palavras inefáveis ditas no paraíso" (2 Cor. 12,4), "cantos em espírito" (1 Cor. 14, 15; Efésios 5, 19), "gemidos inefáveis", dentre outras.



     Podemos verificar com os textos acima, que muito se tem discutido sobre o assunto e ainda muito mais se discutirá. A ideia principal que separa a unificação dos cristãos quanto ao Dom de Línguas, seria quanto a tradicionalidade ou não da denominação. Onde de um lado, encontramos os tradicionais, como batistas e presbiterianos, os quais não creem no Dom de Línguas na atualidade; e de outro lado, os pentecostais e neo pentecostais, como os membros das Assembleias de Deus e     Universal do Reino de Deus..

     Abaixo colocarei dois bloco de textos. O primeiro que vai diretamente de encontro ao Dom de Línguas e um segundo que o defende veementemente.

CONTRA O DOM DE LÍNGUAS


Vamos analisar o texto de Marcos 16.17,18:


     Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
O texto fala de cinco sinais. Como segue:

1) Expelir demônios;
2) Falar novas línguas;
3) Pegar em serpentes;
4) Beber coisa mortífera;
5) Dom de cura.

     Os pentecostais usam somente o verso 17. Por quê? O texto não fala de dois sinais, mas de cinco sinais que acompanharão aqueles que crêem.

     Os pentecostais dizem que os sinais 1,3,4 e 5 podem acontecer “ocasionalmente” (sem que a pessoa deseje). Somente o sinal 2 é que pode acontecer “desejando”.

     Onde o texto diz isso? Onde no texto Marcos faz diferença entre os cinco sinais? Onde no texto, Marcos separa os cinco sinais em “sinais que podem se desejados” e “sinais que podem acontecer ocasionalmente”? Os cinco sinais estão alinhados um após o outro, initerruptamente, de tal forma que o que for dito de um, será dito dos outros.

     Se o sinal 2 é para a igreja hoje e os crentes têm que desejarem, então é lícito e bíblico aplicar estas características nos sinais 1,3,4 e 5.

Pergunto: alguém está disposto a tocar em serpente? Alguém está disposto a beber veneno? Alguém está disposto a impor as mãos sobre os enfermos para serem curados? Mas por quê todos estão dispostos a falar em línguas? Os que defendem a contemporaneidade dos dons alegam que esses cinco sinais não acontecem necessariamente em todos os casos de se falar em línguas. Eles alegam que os acontecimentos de Marcos 16.17,18 são sinais se ocorrerem e não se forem irresponsavelmente buscados.

     Bom, a teologia pentecostal é bem clara ao exortar o crente pentecostal a “buscar” o dom de línguas. Todos eles exortam a outros crentes a “orar” e a “buscar” pelo dom de línguas. Mas, por que neste texto as pessoas não querem defender uma “busca desenfreada” pelo dom de línguas? Será que é porque o texto apresenta uma dificuldade inerente aos pentecostais? Por que em outros textos se exorta a buscar o dom e no texto de Marcos alertam contra uma “busca desenfreada”? Mas, se os cinco sinais podem acontecer ocasionalmente, por que nas igrejas pentecostais só acontece o dom de línguas? Por que só o sinal do dom de línguas acontece “ocasionalmente”? A prática revela a incoerência daqueles que falam!

     Outra coisa, dos cinco sinais que devem ocorrer “ocasionalmente”, não há nenhum registro sequer no Novo Testamento dos sinais “pegar em serpentes e viver” e “beber coisa mortífera” (beber veneno). Nenhum caso, nenhuma menção sequer!

     O texto, mesmo que longe de provar o cessacionismo, também não serve para provar a contemporaneidade dos dons.


     Depois de analisar o texto de Marcos 16.17,18, vou me deter agora no livro de Atos, onde nós encontramos apenas quatro ocasiões onde se fala sobre o batismo do Espírito Santo. O primeiro relato está em Atos 2.4:


     ...de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. (Atos 2.2-4).

     O texto nos apresenta três sinais que mostravam aos presentes que Deus havia derramado seu Espírito naquela ocasião:


um som como de um vento;
línguas como de fogo sobre cada um dos presentes;
falaram em outras línguas.
     Os três sinais juntos (e não apenas as línguas) constituem o tripé que caracteriza o ocorrido como um derramamento do Espírito nesta ocasião. Isso é bastante claro no verso 33: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis”. Alguns defensores do continuísmo alegam que esta passagem é o padrão. Ora, então podemos concluir que os três sinais acontecem nas igrejas pentecostais? Claro que não! Por quê só deve acontecer o sinal 3 e não os outros dois?

     No restante do capítulo 2, não há provas de que o batismo do Espírito é acompanhado pelo falar em línguas. No verso 38 Pedro diz: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.

     Dizer que receber o dom do Espírito do verso 38 é o mesmo que falar em línguas é um argumento desprovido de provas concretas, porque não é dito que os 3.000 convertidos falaram em línguas. Querer dizer o que o texto não diz é muita pretensão!

     Pelo contrário, o texto diz aquilo que os pentecostais rejeitam. Pedro está dizendo que o arrependimento é suficiente para o recebimento do batismo do Espírito Santo. Ou seja, quando é que se recebe o batismo do Espírito? Pedro diz que é no momento do arrependimento, e não numa ocasião futura. Quando alguém se arrepende e crê recebe o Espírito Santo, e não algum tempo depois. O texto não está dizendo mais nada além do que já diz!


A FAVOR DO DOM DE LÍNGUAS

     Os dons espirituais, são poderes ou graças que o Espírito Santo confere aos servos de Deus para a edificação da igreja (Hb 2.4 e 1Pe 4.10). A manifestação dos dons na vida do crente é a confirmação do “Batismo do Espírito Santo”. Os dons são objetos de predições no Antigo Testamento, em Isaias 35.4-6 (“Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui. Ele vem para nos salvar, ele vem para castigar os nossos inimigos.” Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; os aleijados pularão e dançarão, e os mudos cantarão de alegria. Pois fontes brotarão no deserto, e rios correrão pelas terras secas.) e em Joel 2.28,29 (“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”). 

     Eles são de diferentes espécies (“Existem tipos diferentes de dons espirituais, mas é um só e o mesmo Espírito quem dá esses dons. Existem maneiras diferentes de servir, mas o Senhor que servimos é o mesmo. Há diferentes habilidades para realizar o trabalho, mas é o mesmo Deus quem dá a cada um a habilidade para fazê-lo.” 1Co 12.4-6). 

     Paulo enumera alguns (“...tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria”. Rm 12.6-8 e “Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las... Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.” 1Co 12.8-10; 14.1), mas, o Espírito Santo é livre e não se restringe à relação deixada pelo apóstolo; novas formas de ações surgem no decorrer da história do povo eleito.

     O Senhor Jesus, possuía os dons e os usava para a edificação da multidão que O seguia (“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.” Mt 12.28), este exemplo precisa ser observado pelos servos que foram agraciados, os talentos espirituais não são para a glória do homem, sim, para a edificação do Reino de Deus, através da manifestação do poder e autoridade.

     A primeira referência do derramamento do Espírito sobre a igreja está em At 2.1-4 (“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.”), é o Pentecostes; neste dia o dom do Espírito Santo permitiu a todos os apóstolos falarem em outras línguas (idiomas), sendo entendidos por pessoas de diferentes países

     É inadmissível a rejeição do Batismo no Espírito Santo, bem como, os dons. A Palavra é clara na explanação, não deixando margens para dúvidas. Afirmar que os dons do Espírito ficaram restritos ao Pentecostes é heresia, esta tese contraria todas as cartas Paulinas, pois, foram escritas em datas posteriores ao Pentecostes. A conversão de Paulo aconteceu por volta do ano 37 dC, sete anos após a descida do Espírito Santo no Pentecostes (30 dC).


O Dom de Línguas:

     Os dons são diversos e todos eles úteis à edificação da igreja. O dom de línguas é visto por algumas denominações como único sinal do “Batismo no Espírito”, (se não falas em línguas, não és batizado!) é um entendimento errôneo, sem base bíblica. O principal texto usado para comprovar esta tese é o que descreve o Pentecostes, no entanto, as línguas ali faladas não foram estranhas ou de anjos, sim, idiomas regionais. O falar em línguas em algumas vidas realmente é a confirmação do enchimento com o Espírito, mas, não é possível generalizar.

     O Batismo do Espírito só é possível em vidas que cultivam a santidade(“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” 2 Co 7.1). A condição de santos é impostas a todos que querem viver na presença do Senhor, estes estão habilitados a receberem os dons reservados, não especificamente línguas. As vidas que produzem os frutos da carne (Gl 5.19-21), estão em pecado, afastadas de Deus e incapacitadas de serem usadas pelo Espírito Santos, se falam em línguas, profetizam, etc. provavelmente são movidas pelo espírito de engano.

a) Línguas: Sinal da graça de Deus (At 10.44 e 19.6)

     É possível contemplar a graça de Deus na vida do homem de diversas formas, quando vemos alguém dobrado diante do Trono louvando em línguas é maravilhoso, edifica a vida de todos e com certeza sobe como “aroma agradável” às narinas do Pai. O dom de línguas é a forma mais pura de louvor e adoração, pois, é o próprio Espírito que se apresenta diante do Eterno Rei.

b) Línguas: Não é o dom mais importante (1Co 12.4-11 e 1Co 14)
     Paulo, escrevendo aos de Corinto, afirma: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós.” Estas palavras testificam a profunda comunhão e intimidade com o Espírito, no entanto, ele não exaltou este dom, pelo contrário, procurou doutrinar a igreja no uso correto, afirmando que o falar em línguas é para edificação pessoal. A descrever os dons por importância, situou o de línguas entre os menores.
Não há motivos ou fundamentos para que esta realidade seja invertida em nossos dias.

c) Línguas: Não é sinal de Batismo (At 2.1-13 , 1 Co 14 e 1 Co 12.4-11)

     É comum entre os pentecostais a afirmação: Só é batizado no Espírito se falar em línguas!
Não há textos na Bíblia taxativos sobre esta questão, os usados para justificar esta tese não são suficientemente claros, a principal base para esta afirmação é o relato do Pentecostes (At 2.8-11), mas, se observado mais detidamente, conclui-se que não foram línguas estranhas ou de anjos, sim, idiomas, eram homens de diversas nações que encontravam-se reunidos ali.
Há no meio pentecostal, igrejas que exigem como prova ou confirmação do Batismo no Espírito, o falar em línguas, esta obrigação tem produzido situações constrangedoras em muitos.
Imagine: Uma vida santa, pura e reta, porém, não agraciado com o dom de línguas, sim com outro dom.
Será sempre visto como alguém que não tem verdadeiramente o Espírito.
Outra situação: Alguém que tenha uma vida fora dos padrões de Deus.
Levado pela sagacidade, decora algumas expressões e começa a repeti-las, provavelmente será visto por todos como cheio do Espírito, porém, o que opera em tais vida com certeza é o espírito de engano. Não esqueçam jamais, o Senhor não usa vasos quebrados ou imundos! É necessário viver em santidade, para ser instrumento do Senhor.

d) Línguas: Na igreja com ordem (1Co 14.27-33)

     As tradições existentes dentro das igrejas possuem profundas raízes, forte o suficiente para contestar os ensinamentos bíblicos. Com relação ao dom de línguas, vê-se que em muitos “arraiais” as orientações do Apostolo Paulo não são observadas corretamente. As tradições estão em primeiro lugar. Falar línguas não faz o homem santo como muitos pensam. Viver a Vontade de Deus, esta sim, faz o homem ser Santo. O uso do dom de línguas na igreja é objeto de extensa orientação, cuidadosamente descrita, exatamente para que os erros hoje comuns não prevalecessem. É preciso ler a Palavra e deixar que o Espírito de Deus a imprima no coração, como regra de fé e prática.

     Infelizmente, constata-se que a zelosa palavra do Apostolo não é observada como digna de crédito e uma espécie de desordem, toma lugar no culto.
É evidente que o culto deve ser alegre, expressão de amor e gratidão ao Eterno, mas, algumas determinações deixadas pelo próprio Deus não podem ser desconsideradas.
Vivemos os últimos tempos, são dias nos quais o Espírito está sendo derramado de uma forma jamais vista em toda a história da humanidade, mas, para tomar parte neste mover é preciso conhecer o Senhor. Santidade e pureza, são condições que habilita-nos a sermos instrumentos úteis nas mãos do Deus Vivo. Sejamos pois, santos!
O verdadeiro servo, o homem cheio do Espírito, deixa-se levar pelo mover real, procurando observar as determinações de Deus para o bom andamento da igreja.
Eu, creio e aceito os dons sem exceções. Inclusive, a igreja à qual sou membro, e totalmente direcionada pelo Espírito de Deus que através de seus profetas (usados em profecias, visão, sonhos, etc.) determina a forma do agir.




        Independente o falar ou não em Línguas Estranhas, o importante é estarmos na presença de Deus e acima de tudo, termos como habitante de nosso ser, o Espírito Santo de Deus.


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