terça-feira, 11 de setembro de 2012

O MATERIALISMO E O INFERNO

E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.

Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?

E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. 

E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; 

E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. 

E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; 

E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. 

Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? 

Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. 


Lucas 12:13-21







"Tentou reservar as bênçãos de Deus unicamente para o seu benefício próprio"



Podemos aplicar o nosso coração em vários negócios de nossa vida, alguns em maior, outros em menor grau, porém algumas pessoas aplicam o seu coração na busca pelas riquezas com uma dedicação igual àquela que uma religião exige. Percorrem cidades, atravessam continentes em busca das riquezas e se esforçam mortalmente por isso, alguns ao ponto de passar por cima dos seus semelhantes, humilhá-los e em muitos casos, até matá-los. Quando falamos de materialismo, podemos ver que nada há de novo concernente a esta questão, tudo que falarmos, já aconteceu ou ainda há de acontecer de forma semelhante ao que já aconteceu no passado como: brigas, desordens, avareza que leva à morte do próximo, invejas, etc.




O homem moderno, assim como o homem do passado, vive um certo contraste entre o possuir e o viver, e no texto apresentado nos deparamos com um rico insensato que não entendia que suas posses não eram suas, mas emprestadas (I Tim 6:17). Sua avareza aqui fica explícita por que tentou reservar as bênçãos de Deus unicamente para o seu benefício próprio (vs.18-19), tendo esta vida por superior à vida eterna. A riqueza verdadeira e duradoura é termos dentro de nós mesmos a Deus, o verdadeiro tesouro (v.21), tesouro este que não pode ser roubado ou tirado de nós.



A atitude do rapaz que fala com JESUS antes deste contar a parábola não foi algo incomum, ou seja, pedir um Mestre para resolver sua disputa legal, pois os judeus normalmente pediam aos rabinos para resolver suas disputas legais, o problema aqui estava na verdadeira importância, que é a vida, onde JESUS rejeitou o papel de árbitro para verificar a verdadeira motivação daquele que o interrogara. Para isso, JESUS conta uma história se direcionando a todos os presentes com o intuito de ensinar uma lição. O filho mais velho tinha por direito receber o dobro do que os outros recebessem, e após fixada a herança, o queixoso tinha todo o direito legal de recebê-la. JESUS sabia, àquela altura, que o homem que o indagara fazia parte de um pequeno grupo de pessoas de classe abastada e muito privilegiada com um montante de menos de um por cento da população e que, muitas vezes nem mesmo precisavam trabalhar em suas terras, pois tinham quem o fizesse por eles.








"descansa, come, bebe e folga." 



O estilo de vida do homem rico apresentado na parábola parecia o estilo de vida pregado por um filósofo do passado chamado Epicuro, morto em 270 a.C., ele ensinava que o maior bem na vida é a felicidade, não reconhecia o Deus Criador, ignorando-o, porém aceitava vários deuses que não intervinham nos negócios da humanidade. Este filósofo ensinava que o homem devia buscar os prazeres, não só os da carne, e evitar os sofrimentos; nada diferente do homem contemporâneo. Então podemos dizer que tinha uma certa vaidade epicurista quando diz: "descansa, come, bebe e folga." Isso, para o homem mortal que precisa buscar a verdadeira vida, soa como loucura, pois estava vivendo com o melhor que a vida mortal poderia oferecer, mas de forma despreocupada sem considerar a Deus e sua vontade que também é ajudar o próximo.




O homem que pensa que tem tudo e não se dá conta do dia da morte, de fato não tem nada. O que tal pessoa poderá fazer no dia em que sua alma for exigida? Nada! Trabalhou em vão para um futuro que não terá perspectivas verdadeiras. O erro do homem rico não estava em como tirava o seu ganho, mas sim em acumular somente, nunca dando. JESUS quer nos mostrar que para que possamos ser curados de toda e qualquer ganância e avareza que leva o homem para o Inferno (Luc. 16:14; I Cor. 6:10), precisamos buscar o Reino de Deus e suas riquezas que são eternas (Luc. 12:31)., dar ouvidos para o Criador, pois quem dá ouvidos a Deus é de Deus (Jo. 8:47). O homem egoísta não sabe dar ouvidos a Deus e tão pouco pratica a justiça, praticar a justiça é algo inexistente no coração avaro, que faz da riqueza sua razão de viver. Como temos visto pessoas que tem tanto, porém nunca dão, a não ser para si mesmos! JESUS não se mostra contra uma pessoa ser rica, mas sim contra uma pessoa depositar sua confiança nas riquezas (Luc. 12:21,31,34).Buscar o Reino de Deus é a única solução para o homem caído. Se o homem persiste em não dar ouvidos para Deus e sua Palavra, só lhe resta uma palavra diretamente do Criador:"Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lucas 12:20).



Corramos para a presença de Deus e ajuntemos tesouros nos céus onde a traça e a ferrugem não podem consumir ou os ladrões roubar (Mat. 6:12-20).





Bibliografia:


KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida: 2ª Ed. São Paulo: SBB, 1999. 

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia de John Davis: 3ª Ed. São Paulo: Hagnos, 2005. 

STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento: 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2008.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico Atos. Novo Testamento: 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2004.

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