quarta-feira, 4 de julho de 2012

A DEPRESSÃO E O CRISTÃO

"A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra."

Provérbios 12:25




Sai depressão - Mattos Nascimento






E


studos atuais mostram, que a Depressão é um dos sintomas mais encontrados na população humana. 

     Segundo a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, aproximadamente 50% da população mundial já sofreu ou ainda sofre de Depressão. Mas na verdade, o que vem a ser esta  doença? Qual o motivo de encontrá-la presente na vida de tantas pessoas? Por que tantos cristãos sofrem desta doença, conhecida mundialmente como "o mal do século"?

     Primeiramente devemos ter o entendimento do que realmente é esta doença e entender os mecanismos de sua ação, para então podermos dar um parecer bíblico a respeito do assunto.


Depressão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

     O transtorno depressivo maior, também chamado de perturbação depressiva major em Portugal, é um transtorno psiquiátrico que afeta pessoas de todas as idades. Caracteriza-se pela perda de prazer nas atividades diárias (anedonia), apatia, alterações cognitivas (diminuição da capacidade de raciocinar adequadamente, de se concentrar ou/e de tomar decisões), psicomotoras (lentidão, fadiga e sensação de fraqueza), alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência), alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite), redução do interesse sexual, retraimento social, ideação suicida e prejuízo funcional significativo (como faltar muito ao trabalho ou piorar o desempenho escolar).

     O transtorno depressivo maior diferencia-se do humor "triste", que afeta a maioria das pessoas regulamente, por se tratar de uma condição duradoura (a maior parte do dia, quase todos os dias, pelo menos 2 semanas), de maior intensidade ou mesmo por uma tristeza de qualidade diferente da tristeza habitual, acompanhada de vários sintomas específicos e que trazem prejuízo à vida da pessoa. A distimia é um outro tipo de transtorno depressivo caracterizado por sintomas de menor intensidade, mas com caráter bastante crônico (a maior parte do dia, quase todos os dias, pelo menos 2 anos). Ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento.

     As causas da depressão são inúmeras e controversas. Acredita-se que a genética, alimentação, stress, estilo de vida, separação dos pais, rejeição, problemas na escola e outros fatores estão relacionados com o surgimento ou agravamento da doença.
Sabe-se hoje que a depressão é associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro e os principais medicamentos antidepressivos têm por função principal agir no restabelecimento dos níveis normais destas substâncias, principalmente a serotonina.

Fatores psicossociais


     As pessoas que já experimentaram períodos de depressão relatam um acontecimento estressante como o fator precipitante da doença. A perda recente de uma pessoa amada é o fato mais citado, mas todas as grandes perdas (e mesmo as pequenas) causam um certo pesar. Também a falta de amigos, que pode ocorrer devido a vários factores, desde a rejeição, até à falta de interesses em comum, leva à solidão indesejada e é um factor de risco que frequentemente leva à depressão, principalmente durante a adolescência. Acontecimentos traumáticos, como a perda súbita de um ente querido, ou mesmo eventuais mudanças de cidade, podem causar uma depressão profunda, sendo necessário um longo período de recuperação. A maioria das pessoas supera este estado sem se tornar cronicamente deprimida. Alguns fatores genéticos ou biológicos podem explicar a maior vulnerabilidade de certas pessoas. A existência ou a ausência de uma forte rede social ou familiar também influenciam – positiva ou negativamente – na recuperação.

     Algumas pessoas podem sofrer com a doença pelo fato de trocar de uma cidade muito boa, para uma pior e que não oferece nada em troca, é um grande fator de risco, por exemplo, uma pessoa que tem vários amigos ir para outra que não tenha ninguém . As pessoas afetadas criam um bloqueio de aceitação. Desse modo acabam se desanimando das atividades comuns do dia-a-dia, e com o passar do tempo o desanimo aumenta a pessoa perde a motivação da vida, e isso gera uma grande tristeza. Esse e um fator comum que afeta mais os jovens e os adultos.

   Dentre os fatores psico-sociais causadores de depressão, problemas relacionados à convivência e relacionamento no ambiente de trabalho também têm fundamental importância para o desenvolvimento da doença em questão.

     Para o behaviorismo um dos fatores correlacionados com a depressão é o desamparo aprendido, que é a diminuição de comportamentos saudáveis resultante de várias punições que aconteciam não importando o que o indivíduo fizesse (punições não-contingentes).

Fatores biológicos



     Alterações nos níveis de neurotransmissores (principalmente serotonina, acetilcolina, dopamina, adrenalina e noradrenalina) relacionam-se à susceptibilidade para depressão. Alguns hormônios também podem ter um papel importante – ainda que isto não esteja muito claro. Ainda, atrofias em certas áreas do cérebro (particularmente no lobo pré-frontal) responsáveis pelo controle das emoções e produção de serotonina são responsáveis por distúrbios depressivos importantes.


     Na Mania por outro lado, quando existe excesso desses neurotransmissores, os sintomas são de euforia, sensação de energia ilimitada, necessidade de poucas horas de sono, pensamentos acelerados, impulsividade, irritabilidade e dificuldade de se controlar.

     Evidências neurobiológicas mostram uma forte relação entre depressão com transtornos de ansiedade. Aproximadamente 85% dos pacientes com depressão tem sintomas de ansiedade significativos e 90% dos pacientes com transtornos de ansiedade experienciam depressão em algum momento.

Fatores Físicos (Traumatismos)


     Em algumas depressões podem ser encontradas causas físicas para a sua existência. Há muito que se sabe que muitos dos nossos traumatismos e acidentes físicos ficam registados no nosso corpo em conjunto com as emoções que sofremos na altura do acidente traumatismo.

     Isto cria situações somato emocionais que muitas das vezes perpetuam as dores ou alteram a pessoa por completo em termos emocionais. São bem conhecidos os resultados de diversas terapias dirigidas ao físico que fazem libertação somato emocional e alteram por completo o estado emocional da pessoa.

     Em algumas situações problemas físicos podem criar um desgaste e uma tensão demasiado grande sobre o corpo e sobre o sistema nervoso que desencadeiam ou agravam o estado depressivo. Nestas situações devem-se corrigir os diversos problemas físicos. Infelizmente muitas das vezes não existem quaisquer sintomas da sua existência pelo que estes costumam passar completamente despercebidos.

Sintomas

Os sintomas depressivos podem ser divididos entre: cognitivos, fisiológicos e comportamentais. 

Cognitivos

  • Humor deprimido: desânimo persistente, tristeza, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade, vazio, culpa ou/e irritabilidade;
  • Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis;
  • Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar, memorizar ou de tomar decisões;
  • Ideação suicida.

Fisiológicos

  • Fadiga ou sensação de perda de energia;
  • Alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também sonolência excessiva ou sono interrompido);
  • Alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite);
  • Redução do interesse e prazer sexual;
  • Agitação motora, inquietude;
  • Alterações dos rimos circadianos (dormir fora de hora).

Evidências comportamentais

  • Retraimento social (isolamento social);
  • Chorar mais e com mais frequência;
  • Comportamentos suicidas;
  • Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora;
  • Tentativa de suicídio.
  • Comportamento auto-destrutivo (auto-mutilação).

     Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto "sem cores", sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou "rabugento", ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes "apáticos" do que tristes, referindo-se muitas vezes ao "sentimento da falta de sentimentos". Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante.
     Existem diversos testes psicológicos para medir a presença e intensidade da depressão, dentre elas um dos mais populares é o BDI.

Sintomas psicóticos

     Os delírios depressivos incluem um sentimento excessivo e angustiante de culpa, de punição merecida, delírios de ruína (incluíndo a sensação de estar apodrecendo, desintegrando ou sendo esmagado) e delírios niilistas (que podem configurar a síndrome de Cotard, quando incluem negação de órgãos e negação da morte). As alucinações congruentes com humor depressivo podem ser por exemplo de pessoas, espíritos ou vozes que condenam o paciente, ameaças de demônios ou choro de defuntos. É raro quando não são congruentes com a depressão e podem indicar a presença de um transtorno psicótico.



   É fácil de identificar, após a leitura e análise do texto descritivo acima, que a depressão é largamente encontrada em todos os níveis da sociedade.

     Lutero disse "que o comportamento das depressões sempre era o mesmo, ou seja, a perda de fé de que Deus é bom e que Ele é bom para mim".

     Em nossa introdução, colocamos um versículo de Provérbios, onde nos é ensinado que a ansiedade da alma e do coração o homem (depressão) abate, mas que a boa Palavra alegra. Segundo essa informação valiosa, de antemão, já encontramos uma boa forma de começarmos a lidar com este problema, ou seja, usar a Palavra de Deus para que a cura deste mal.

     Em hipótese nenhuma, estou dizendo que lidar com este problema é algo fácil e posso falar isso com convicção e experiências próprias.

     A depressão é algo assolador na vida do ser humano, pois ela o debilita de tal forma, que todas as áreas de sua vida são afetadas... 

    A área sentimental é uma das primeiras. O indivíduo se isola de tal maneira, que nenhuma outra pessoa consegue penetrar nesta barreira colocado por ele próprio. Não existe relacionamento que possa perdurar diante tal comprometimento, a não ser que este relacionamento esteja moldado na Palavra de Deus. Somente assim, o outro indivíduo terá condições emocionais de suportar as consequências de toda sintomatologia.

     A área financeira é outra atingida diretamente pelo mal. O depressivo, em quase 95% dos casos, por achar que não existe mais alegria ou prazer na vida, necessariamente usa o dinheiro como forma de prazer alternativo, muitas das vezes, perdendo tudo o que tem. Endividando-se cada vez mais e assim afundando-se em dívidas e consequentemente, ficando ainda mais depressivo. O prazer do gasto é algo momentâneo, que passa tão logo a vontade seja saciada.

     A área profissional do indivíduo sofre sérias avalias, pois a concentração e o interesse pelo serviço não é o mesmo. Muitas sociedades acabam e muitos perdem seus empregos por não mais conseguirem levar adiante a vida normal que tinham. Somando-se os gastos citados no parágrafo anterior, resulta-se assim um verdadeiro caos financeiro.

     Nem precisamos falar da saúde... É algo que está diretamente ligado à síndrome. São longos períodos de tristeza, amargura, sofrimento, dor e sentimento de derrota. A depressão faz com que sintomas físicos apareçam, como diabetes, pressão alta, altas taxas de colesterol e ainda, em alguns casos, câncer.

      O que diz a Bíblia sobre a depressão? Provérbios 12.25 é o único verso que menciona isto diretamente, "A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra." (RA) Este é um bom ponto de partida. Nesta pequena parelha de versos, o Conselheiro Maravilhoso, pela sabedoria de Salomão, provê o diagnóstico e a prescrição: um coração cheio de ansiedade é o culpado; uma palavra boa é a cura.

   A Palavra boa diz, "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; E ACHAREIS DESCANSO PARA A VOSSA ALMA. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." Assim como João Batista, nós temos que dizer às pessoas deprimidas: "Eis o Cordeiro de Deus! " Cristo é a cura para depressão. Nele temos:

     A realização da esperança em Deus que diz: “invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificará” (Sl 50.15). Desesperança é a marca característica da depressão. A graça de Deus em Jesus Cristo é a soma de toda a esperança. O apóstolo Paulo, um homem que experimentou um grande período de sua vida em meio à tribulação e ao sofrimento, falou sobre a “esperança que vos está preservada nos céus” (Cl 1.5-6, 23, 27; 1 Tm 1.1).

     A restauração da alegria da salvação. Nós moramos em um mundo caído, no qual todas as coisas boas se acabam. A dimensão trágica da vida estará presente até que Reino venha. A alegria da salvação vem de perceber, repetidamente, que os nossos pecados foram perdoados e que nós sempre viveremos com o Deus que é eternamente feliz, e que deseja que nós compartilhemos desta alegria com Ele.

     O amor ativo a Deus e aos outros são essenciais porque as pessoas deprimidas são sugadas por um vórtice de egoísmo mórbido que os impede de seguir o Grande Mandamento dado pelo Grande Médico, que é o remédio do qual eles precisam acima de todas as coisas." Quando um aconselhado deprimido começar a amar a Deus de todo o seu coração, alma, mente, e força e amar aos outros, a depressão deles/delas inevitavelmente começará a evaporar.



     Existem algumas coisas que aqueles que sofrem de depressão podem fazer para aliviar a sua ansiedade. Eles devem se certificar de que estão permanecendo na Palavra, mesmo quando não sentem vontade. As emoções podem nos desviar do caminho, mas a Palavra de Deus permanece firme e imutável. Nós devemos manter forte a fé em Deus, e nos aproximarmos dEle ainda mais quando sofremos provas e tentações. A Bíblia nos diz que Deus jamais permitirá que sejamos tentados além do que possamos suportar (1 Coríntios 10:13). Apesar de estar deprimido não ser um pecado, uma pessoa ainda é responsável pela forma como responde à aflição, incluindo a busca pela ajuda profissional de que precisa. “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13:15).




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